sábado, 23 de outubro de 2010

Insensível?

Não. Sentimental até demais.
A verdade é que eu finjo, finjo estar brava, finjo rir, não ligar, e até estar com sono, qualquer coisa menos abalo e tristeza. Finjo, minto e engano todo mundo, chego até a enganar eu mesma, só pra não sentir o real abalo e toda a tristeza que de fato simples palavras ou coisas que vi/soube causaram em mim, mas quem disse que me convenço? Talvez seja por isso que acabo perdendo pessoas importantes, aprendi a afastar de mim tudo que me faz mal, meu coração chama isso de egoísmo, mas minha razão chama isso de amor próprio.
Poisé, quem é mais sentimental que eu?

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

365 dias,

e o resto da minha vida sem você. que assim seja.

Sabe como fica uma cidade depois de um furacão? ou melhor, sabe como ficou Hiroshima depois da bomba atômica? é, é assim que eu estou.
bagunçada, devastada, confusa, nada. eu tô tremendo, tô quase chorando, tô me sentindo horrível e irritada, tem um desespero enorme dentro de mim e uma raiva junto com tristeza, agonia, desgosto, lembranças que só machucam ainda mais esse buraco enorme no meu peito. é tanta coisa pra sentir, que eu já não sinto mais nada. cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam. não, na verdade, não cansei, eu quero mais que qualquer coisa poder chorar, mas eu não tenho como, minhas lágrimas secaram. e é, eu choraria, se me restassem lágrimas.
já chorei por três horas, e dormi por dois dias. eu não tenho mais certeza de nada, eu não sei nem quem eu sou direito, quem eu deveria ser. e não há realmente o que fazer, não tem remédio pra isso, o tempo não vai curar nada porque ele não cura nada, a cabeça não funciona e o coração tá muito ocupado tentando achar seus pedaços que se perderam aí pelo caminho. mas não adianta. ele nunca será o mesmo. nada será o mesmo, e eu nunca vou ser quem eu era antes. é horrível, não é? perder você mesmo, e tentar se achar em corpos vazios, em carinhos falsos e em calores congelados.
a verdade? eu já nem sei.
talvez eu tenha colocado tanta certeza em você, que não sobrou pros outros. o engraçado é que eu me sinto mais humana que nunca, talvez consiga até sentir toda a dor do mundo num só respirar. inevitável, porque só dói quando eu respiro. uma ironia.
esse mundo já foi lindo e puro, e eu também. mas agora olha só, um cinza vazio, feio e tão melancólico, que deixa tudo cinza por onde passa. mas não tem o que fazer por mim, coitada, apenas lamento.
eu achei, sim, consegui me iludir que não gostava mais de você, me distraí com outros, e foi desse jeito que achei paredes para me apoiar, e vagalumes pra me ajudar a achar meus pedaços e me montar de volta. mas num dia desses a gente se encontrou, e as palavras duras que você disse. pronto, você despedaçou tudo de novo, tudo aquilo que eu levei tanto tempo pra colar. mais de um ano, seu idiota.